domingo, 28 de março de 2010

PNL e... Alimentação?

Mais um livro do Paul Mckenna em Portugal (a este ritmo daqui a um ano serão todos!)


Desta vez o objectivo é aplicar as técnicas mais poderosas e conhecidas da Programação Neurolinguística à alimentação e, especialmente, à perda de peso. Quem comprar este livro à espera de uma dieta vai ficar desiludido. Em ponto nenhum é dito ao leitor que deve comer mais disto ou menos daquilo. Não existe um único conselho ou regra nutricional ao longo de todo o livro.


O que defende este sistema então? De uma forma simples, defende que o cérebro sabe sempre o que quer e o que não quer. Sabe sempre quando quer e quanto quer. As técnicas e as regras sugeridas pelo Paul destinam-se precisamente a que os leitores consigam “ouvir” melhor o seu corpo, compreendendo aquilo que ele quer.


Existem apenas quatro regras (ridiculamente) simples no sistema:

- Quando tiver fome, coma!

- Como o que quiser, não aquilo que acha que devia comer!

- Coma devagar. Saboreie a comida.

- Mal pense que está a ficar satisfeito pare!


E é isto e nada mais do que isto.


De acordo com o Paul, quando se seguem estas regras, o corpo vai naturalmente pedir os alimentos que necessita e na quantidade que necessita. É muito interessante não haver “comidas proibidas”. Todos sabemos que quando uma comida se torna “proibida”, torna-se mais apetecida! Desta forma elimina-se o risco.


Paul também ataca o problema da “comida emocional”, as situações em que as pessoas comem não porque têm forma mas porque desejam combater um estado emocional em que se encontram (tristeza, depressão, etc.). Outro problema abordado é o “vício” em certas comidas, que normalmente se cria quando se ingerem grandes quantidades de certas comidas que geram descargas de serotonina (o “químico da felicidade”) no cérebro. Em ambos os casos, ele sugeres técnicas muito fortes de Programação Neurolinguística para restabelecer o equilíbrio emocional sem a ajuda de comida e para combater os “desejos irracionais” de certas comidas.


A sua abordagem ao exercício físico também é invulgar. Em vez de sugerir um programa ou um ginásio, Paul defende que qualquer pessoa que não esteja paralisada já está a fazer exercício. Só precisa de se mexer mais! Se esse mexer consiste em mais alguns passos por dia, umas caminhadas ou simplesmente estacionar o carro mais longe, não é relevante. O que é relevante é por corpo a mexer e o sangue a circular.


Finalmente, ele refere também o problema da auto-imagem e de como a nossa auto-imagem pode ser um factor decisivo no sucesso ou no insucesso dos nossos hábitos alimentares. E mais uma vez, apresenta ao leitor regras claras de exercícios de Programação Neurolinguística para combater esses problemas.


O livro de Paul Mckenna não trás nada de exactamente novo. Tudo o que ele diz parece ser do senso comum. Infelizmente, como diz Richard Bandler, "o problema do senso comum é não ser assim tão comum…"


Este livro tem, isso sim, o grande mérito de reunir um conjunto de “melhores práticas” alimentares num sistema fácil e coerente (e será que um dos principais pontos da Programação Neurolinguística não é exactamente ir procurar as melhores práticas onde quer que elas estejam?).


E funciona? Bem, este programa segue as linhas gerais dos programas de alimentação intuitiva que apresentam, em todo o mundo, taxas de sucesso superiores a 70%, muito acima dos 11% das dietas tradicionais. Por esse ângulo é fácil compreender que funciona mas tal como diz o autor, é fundamental seguir à letra as instruções (sim, aquelas 4 regras). Se forem seguidas, funciona. Se não forem, provavelmente não vai funcionar. Eu concordo com essa ideia.


O seu estilo simples e bem-disposto (e extremamente crítico das dietas tradicionais) mantém a leitura ligeira e agradável mas existem pontos que realmente deixam o leitor a pensar durante algum tempo. O CD de hipnose, comum nos livros de Paul Mckenna, segue a linha de uma indução tradicional e proporciona 25 minutos de profundo relaxamento.


Divirtam-se!



Sem comentários: