quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Pela Madeira...

Escolhi uma boa altura para vir falar de Inteligência Emocional para a Madeira...

Com tudo o que aconteceu de horrível, o que mais me impressiona é ver as pessoas com quem falo já a pensar no futuro, a arregaçar as mangas, a queixarem-se menos e a fazerem mais!

Bem hajam pelo exemplo!

Abraços e até para a semana!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

PNL e... Gestão de Tempo?!

Boas!

Comecei a interessar-me pelo desenvolvimento pessoal e humano através do tema da Gestão do Tempo, ainda nos anos 90. Na altura estava a liderar uma associação internacional de estudantes e tinha, ao mesmo tempo, de acumular todas as responsabilidades que daí decorrem com a responsabilidade de não deixar os estudos descaírem. Na altura o livro-revelação foi o fantástico "Gestão Eficiente do Tempo" do John Adair, numa edição da Europa-América que entretanto esgotou.

Quando, anos mais tarde, comecei a dar formação profissional, claro que a Gestão do Tempo se tornou um dos meus temas preferidos. Não apenas porque ao longo dos anos e depois dessa descoberta inicial tinha aprofundado os meus conhecimentos e as minhas técnicas mas também porque é dos temas que, quando apresentado adequadamente, tem um dos mais rápidos efeitos nas pessoas. Sempre que possível, gosto de fugir ao que os manuais e programas clássicos ditam sobre este tema, para apresentar abordagens e técnicas novas com as quais as pessoas se identifiquem e que possam utilizar na sua vida.

Afinal, todos precisamos de tempo, todos temos tempo e todos temos de o saber gerir!

Quando estudei Programação Neurolinguística perguntei-me repetidamente se não seria possível utilizar técnicas de PNL na gestão do nosso tempo. Claro que aspectos genéricos como a visualização estão sempre presentes. Mas a minha questão ia mais fundo. Como podemos utilizar a atitude de PNL (que afinal, é isso mesmo) e gerar uma abordagem original e técnicas inéditas à Gestão do Tempo?

Recentemente descobri o livro "NOT ENOUGH HOURS" do Owen Fitzpatrick. Já tinha lido este autor antes no livro "CONVERSATIONS" que ele escreveu em co-autoria com o Richard Bandler (o seu mentor e co-criador da PNL). Neste livro, totalmente dedicado à temática da Gestão do Tempo, o Owen coloca todas as suas capacidades como Master Trainer e investigador de PNL a um tema que pelo vistos também lhe agrada. Apresentador do programa de televisão com o mesmo nome, ele apresenta o problema da Gestão do Tempo de um ponto de vista da PNL e apresenta sugestões e técnicas absolutamente geniais.

A técnica de "Distorção do Tempo" continua a ser a minha favorita! Nada como alterar o ritmo a que o tempo flui para tirar o máximo partido deste ;)

Não podia deixar de escrever um post sobre este livro, que vai interessar a qualquer pessoa que trabalhe ou dê formação nesta área, onde vai encontrar conteúdos, ideias e abordagens totalmente inéditas, mas também a qualquer pessoa que esteja a sentir que o dia não tem enough hours.


domingo, 7 de fevereiro de 2010

FOBIAS


A “Cura Rápida de Fobias” é, com justiça, a ferramenta mais conhecida da PNL. Existem muitos motivos para isso...


Por um lado, quase todas as pessoas têm uma ou outra fobia. Desde que estou neste meio encontrei muitas fobias mais ou menos “comuns” como a aracnofobia (aranhas) ou a hidrofobia (água) mas também encontrei algumas fobias muito invulgares como sejam a fobia a kiwis (sim, a fruta!) e fobia a feijões vermelhos. Podendo ter piada, a verdade é que as fobias não são assunto para brincar porque nos paralisam por completo e podem ter consequências devastadoras na nossa vida (eu sofria de fobia a centopeias, chegando a dormir com uma lata de Raid na mesa de cabeceira!).


Tive um cliente que recusou uma proposta de emprego absolutamente irrecusável simplesmente porque implicava algumas deslocações aéreas e ele tinha fobia de aviões. As consequências na sua vida profissional e familiar foram devastadoras mas eventualmente foram controladas com recurso a esta ferramenta.


Assim, é fácil identificarmo-nos com o medo paralisante de uma fobia porque quase todos sofremos de alguma…


Outro motivo pelo qual a “Cura Rápida de Fobias” é conhecida é o facto de resolver mais de 90% das fobias em 10 minutos ou menos e reduzir substancialmente o nível de medo nas restantes. O impacto que esta transformação tem em alguém que toda a sua vida sofreu de um certo medo é indescritível!


Mas afinal, de onde vêm as fobias?! São um medo “exagerado” apenas? A maioria dos Master Practitioners de PNL aprendem e executam esta técnica sem conhecerem os motivos que se escondem na origem de uma fobia. Como não estamos a falar da psicologia clássica, é absolutamente irrelevante saber como se forma uma fobia para a destruir. As causas são irrelevantes. Os mecanismos também. No entanto, a minha experiência tem sido de que explicar o mecanismo de formação de fobias, e mecanismo do medo em geral, aos clientes ajuda significativamente a compreenderem a sua situação e a desmistificarem a sua condição e a compreenderem que não só é possível como é simples a sua modificação.


O que espero apresentar resumidamente, nos próximos parágrafos, é o mecanismo neurológico responsável pela criação das fobias.


Todos nós nascemos com dois medos apenas. O medo de barulhos altos e o medo de cair (não confundir com o medo de alturas!). Todos os nossos outros medos são aprendidos. Da mesma forma que são aprendidos, podem ser desaprendidos! A fobia não é diferente neste sentido. A certa altura uma fobia forma-se no nosso cérebro, e com a mesma velocidade que se instala pode ser desinstalada.


Quando Richard Bandler, o co-criador da PNL, decidiu estudar as fobias, escolheu uma aproximação radicalmente diferente da psicologia tradicional. Em vez de estudar fóbicos e fobias, ou seja estudar o que está mal, ele estudou as pessoas que tinham desenvolvido fobias e COMO AS TINHAM RESOLVIDO (vá-se lá saber porquê mas isto funciona melhor quando estudamos os casos de sucesso…)! Ele notou que existia um padrão comum na forma como todos os ex-fóbicos tinham ultrapassado as suas fobias e modelou e destilou esse padrão naquilo que hoje é conhecido na PNL como “Cura Rápida de Fobias”.


Ele percebeu que uma fobia não se instala aos poucos. O que isto quer dizer? Vamos pegar no caso das aranhas (aracnofobia). Ninguém desenvolve aracnofobia aos poucos, pensando numa semana que as aranhas são feias, na semana seguinte que metem medo e na terceira semana que são arrepiantes e por aí fora até se ter instalado uma verdadeira fobia. O que Richard Bandler descobriu foi que as fobias se instalam numa fracção de segundo, num determinado acontecimento isolado que instala esse medo irracional no cérebro.


Imaginemos o caso de uma criança que encosta casualmente uma mão numa parede quando olha para ela tem uma aranha a poucos centímetros dessa mão…


A fobia, neurologicamente, instala-se desta forma: a amígdala recebe uma informação com uma carga emocional muitíssimo elevada. Devido a essa elevada carga emocional, a amígdala não consegue transmitir a informação do que está a acontecer ao hipocampo. Dessa forma, o acontecimento traumático (em PNL chama-se AES – Acontecimento Emocional Significativo) fica aprisionado entre a amígdala e o hipocampo, nunca chegando ao ser passado ao córtex cerebral para processamento (como acontece em 99,99% das situações que nos assustam) e eliminação racional. Basicamente, tudo isto quer dizer que o cérebro não consegue processar o que aconteceu. Como a amígdala é a parte do cérebro relacionada com os instintos de sobrevivência, permanece indefinidamente num estado de alerta para com o evento que a deixou assim. Esse estado de alerta é a fobia!


A “Cura Rápida de Fobias” da PNL vai ao cerne da questão, esvaziando e eliminado a carga emocional do “Acontecimento Emocional Significativo” na amígdala e permitindo que o mesmo seja racionalmente processado. Consegue-se este resultado espectacular por meio de uma dissociação cinestésica e visual. Por isso é tão eficaz!


Mais recentemente, veio-se a descobri que este método é igualmente eficaz a resolver traumas não relacionados com fobias mas que acarretam cargas emocionais elevadas, como violações, acidentes e outros.


Uma vantagem adicional da “Cura Rápida de Fobias” é o facto de não eliminar o medo por completo. Pode parecer estranho mas é uma grande vantagem. Ninguém quer perder a 100% o medo de alturas, o medo de cobras ou o medo de agulhas. Existem muitas coisas na vida perante o qual uma dose de medo racional é uma atitude não apenas desejável mas também muito saudável (ninguém quer perder o medo de cobras por completo para depois ir a um país tropical de ferias e divertir-se a brincar com espécimes venenosos!). O medo não é mais do que um mecanismo mental de protecção. No caso das fobias, esse mecanismo está a ser demasiado protector.


Por tudo isto e em especial pelo testemunho de todas as pessoas que já experimentaram a “Cura Rápida de Fobias”, aconselho qualquer pessoa que sinta que a sua vida está a ser afectada de forma irracional por um medo ou um trauma, a recorrer a um Master Pratitioner certificado.


Espero ter ajudado!


Até à próxima,


Ricardo


DISCLAIMER: Não apresentei, de propósito, os passos para a “Cura Rápida de Fobias” aqui. Não foi por acaso. Claro que qualquer pessoa encontra esses passos numa simples pesquisa no Google. Quero no entanto alertar de que este método deve SEMPRE ser executado por um Master Pratitioner de PNL. Quando mal executada, existe a hipótese, ainda que pequena, da fobia ser agravada (claro que de seguida pode sempre ser invertida)! Tenham particular cuidado com esta ferramenta, não a usem sozinhos e recorram a profissionais certificados!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Transcontextualidade (ou como mudar de engrenagem!)

Vamos falar um pouco de transcontextualidade…


Estão prontos para esta sessão? Espero que sim, porque eu estou!


Apesar de ser um palavrão enorme para o qual nem o MSWord tem corrector, refere-se a um princípio muito simples que qualquer pessoa pode utilizar para melhorar o seu desempenho em qualquer área da sua vida.


A ideia base é que os princípios, as estratégias e as técnicas que utilizamos com sucesso numa certa área da vida podem ser usadas em qualquer outra área para produzir sucesso. Parece simples? É simples! Afinal, se algo funciona, preciso continuar a repetir mais do mesmo. É um velho princípio da PNL que diz que “quando continuamos a fazer o que sempre fizemos vamos continuar a ter os resultados que sempre tivemos”.


O problema da transcontextualidade é encontrar um método que o torne prático, rápido e preciso.


Nesse aspecto o supercoach Michael Neill desenvolveu um modelo a que chama “Mudar de Engrenagem” (Shifting G.E.A.R.s) e explica como o podemos pegar em qualquer hábito ou prática da nossa vida em que tenhamos sucesso (literalmente qualquer uma, desde que haja sucesso) e podemos aplicar em qualquer outra.


Este é um exercício que recomendo fazer no papel…


Para mudar de engrenagem, precisamos de uma primeira engrenagem, que será a prática na qual já temos sucesso. Relembro que pode ser QUALQUER COISA desde que seja bem feita.


No meu caso, quando comecei a brincar com esta técnica, o exemplo que me ocorreu de algo que faço muito bem é acordar. Sim, isso mesmo, acordar. Durante toda a minha vida, quer tenha dormido muito ou pouco, quer tenha bebido uns copos a mais ou a menos, sempre acordei e tratei de mim bem e rapidamente e estava pronto para a acção.


Penso que o “acordar” demonstra bem como podemos pegar em qualquer aspecto da nossa vida para aplicar esta técnica. Afinal, perguntam, como passar isto para outro contexto?


Vamos ver…


O “acordar” seria a primeira engrenagem (G.E.A.R.).


E aí temos:


G – Goal (objectivo) – Acordar com vitalidade e rapidamente e estar pronto a actuar num curto espaço de tempo


E – Evidence (evidências de sucesso) – Não deixar o despertador repetir ao fim de cinco minutos. Eliminar o alarme em causa de imediato. Estar no duche no máximo cinco minutos depois do despertador tocar.


A – Action (acções para o sucesso) – Agir de imediato. Levantar da cama e movimentar alguns músculos para estabelecer a circulação. Confirmar as horas. Não parar nem hesitar. Nunca divagar.


R – Recovery Strategies (estratégias de recuperação) – Quando acordar é mais difícil recordo o trabalho que está a minha espera e as responsabilidades que assumi. Penso nas pessoas que estão dependentes de eu acordar a horas. Forço o corpo a mexer-se.


E assim temos a primeira engrenagem… (G.E.A.R.)



E agora como passei isto para outro contexto? Bem, o contexto que usei foi a realização de trabalho (tem tudo a ver, não tem? J). Na altura tinha em mãos muitas formações diferenciadas, cursos e coaching. Todas estas actividades envolviam uma miríade de tarefas burocráticas que me estavam a ser difícil coordenar. Haviam relatórios a ser feitos, planos de sessões, avaliações, tasking de coaching, follow-up das sessões, trabalhos para os cursos, apresentações e slides, etc.


Então para a segunda engrenagem (G.E.A.R.) usei os mesmos princípios!


G – Goal (objectivo) – Despachar o trabalho burocrático antes do prazo terminar (inspirador não?!).


E – Evidence (evidências de sucesso) – Não ultrapassar muito o prazo (lindo!)


A – Action (acções para o sucesso) Fazer coisas (já se percebe porque precisei de mudar de engrenagem?)


R – Recovery Strategies (estratégias de recuperação) – Fazer noitadas ou pedir adiamento do prazo.



Nessa altura, como é óbvio, resolvi mudar de engrenagem, para passar a ter mais sucesso nesta área da minha vida.


Então para a segunda engrenagem (G.E.A.R.) usei os mesmos princípios!


G – Goal (objectivo) – Despachar o trabalho burocrático a tempo e horas. Antecipar os prazos. Fazer um trabalho de qualidade.


(aqui é que começa a “magia”, aqui é que mudamos de engrenagem (shift G.E.A.R.) ao aplicar os mesmos princípios neste novo contexto)


E – Evidence (evidências de sucesso) – Não deixar o deadline aproximar-se do fim. Enviar a burocracia entes do prazo. Ter todos os trabalhos burocráticos realizados uma semana antes de serem exigidos.


A – Action (acções para o sucesso) – Agir de imediato. Pegar no primeiro trabalho burocrático que me apareça e actuar sobre ele. Se não o vir, procurar para manter o meu espírito desperto. Confirmar o que me foi pedido. Não parar nem hesitar. Nunca divagar.


R – Recovery Strategies (estratégias de recuperação) – Quando é mais difícil recordo o trabalho que está a minha espera e as responsabilidades que assumi. Penso nas pessoas que estão dependentes de eu entregar a horas. Forço o trabalho a ser feito e a começar. Penso nas consequências de não o fazer ou fazer em cima do prazo.



Os resultados foram e continuam a ser absolutamente espectaculares! Isto efectivamente funciona e o modelo de engrenagens do Michael Neill é o melhor exemplo de como um princípio aparentemente esotérico como a transcontextualidade pode ser posto em prática de forma simples e elegante!


Resumindo:


1 – Precisam de algo que já façam muito bem (pode ser qualquer coisa)!

2 – Escolham a o contexto que pretendem melhorar.

3 – Mudem de engrenagem (G.E.A.R.) analisando os objectivos, as evidências, as acções e as estratégias de recuperação.


Testem isto! Funciona!