sábado, 7 de maio de 2011

Workshop "Como ultrapassar medos e inseguranças!"

Boas pessoal!

Finalmente de volta e com um workshop desenhado para as pessoas que sentem que a sua qualidade vida está a ser prejudicada por medos ou inseguranças sem os quais passavam bem. E quem é que não passava melhor sem uns quantos medos?

Vamos falar de tudo, desde o medo de falar em público até ao medo de aranhas!

E vou demonstrar técnicas eficazes da PNL para ultrapassar esses medos!

Este evento é em parceria com a BTrust, que muito tem ajudado na organização :)

Inscrevam-se aqui!


Para que conste, aqui ficam os conteúdos:

  • Compreender a natureza dos seus medos e inseguranças
  • Descrever os seus mecanismos e estratégias mentais para a criação de medos e inseguranças
  • Conhecer e utilizar estratégias opostas para o controlo de medos e inseguranças
  • Utilizar técnicas de Programação Neurolinguística para eliminação de medos e inseguranças
  • Aplicar técnicas específicas adequadas a medos e inseguranças específicas
  • Aumentar os níveis de segurança e de confiança perante as mais diferentes situações

O investimento é de de 35€ para o público e 25€ para parceiros e membros do HUB Porto.

Dia 24 de Maio às 17:30 no Porto HUB (Rua do Tâmega).

Conto com todos!

quarta-feira, 9 de março de 2011

Auto Hipnose

A pedido de várias pessoas, que tenho tido o prazer de acompanhar em processos de coaching e de hipnose, aqui ficam as instruções para um processo simples de auto-hipnose.

Este texto foi adaptado de vários que criculam na net mas todos eles derivam essencialmente do método desenvolvido pela Betty Erickson, a mulher do pai da hipnose moderna o grande Milton H. Erickson.

Experimentem!!! E apreciem os resultados... :)

A estratégia abaixo é útil para se conseguir resultados comportamentais variados (você é que define quais serão). Não é estritamente necessário conhecer os "porquês" para que a técnica funcione, é suficiente o faça e descubra, mas seja como for, seguem-se alguns esclarecimentos.

Hipnose é um estado de atenção focalizada e concentrada. Entrar em hipnose envolve tirar sua atenção da experiência externa e direccioná-la internamente. Tipicamente, ao processar informação, privilegiamos um sistema de representação, que pode ser visual, auditivo ou cinestésico (sensações).
Um "estado alterado" de consciência ocorre quando se processa informação fora desse sistema de representação primário.

Existem dois pressupostos ou crenças fundamentam esta técnica. A primeira é que o entendimento da mente consciente não é necessário para se efectuar uma mudança. A prova disto são as várias coisas que aprendemos quando criança, como andar, falar e assobiar. O segundo é que pode confiar na sua mente inconsciente. Para que qualquer pessoa também acredite nisto, sugiro que testem essa afirmação na prática: faça de conta por alguns minutos que é verdade e veja o que acontece!


Vamos aos passos da auto-hipnose:

1) Posição confortável – Encontre uma posição que possa manter facilmente pelo tempo da prática. Pode ser deitado ou sentado, embora sentado seja melhor para evitar que durma. Centre-se olhando em frente e respirando lenta e facilmente. Relaxe.


2) Tempo – Determine o tempo que pretende levar e faça uma declaração sobre isto, como "Eu vou entrar em auto-hipnose por 15 minutos..." (irá ficar surpreendido ao descobrir como "relógio interno" pode controlar este tempo).


3) Propósito – Faça uma segunda declaração para si mesmo sobre seu propósito ao entrar em auto-hipnose. Neste propósito, nós permitimos à mente inconsciente trabalhar no assunto, ao invés de dar sugestões abrangentes, assim nossa declaração de propósito devemos reflectir este facto. Diga a si próprio: "...para o propósito de permitir à minha mente inconsciente fazer os ajustes apropriados para auxiliar-me em ______."

Preencha o espaço com o que quer obter, como "Acreditar mais que posso levar a cabo aquele projecto XPTO" ou "Aceitar mais a Joana como ela é..." ou "assistir as aulas de Química com mais motivação e prazer...". (mais importante que as palavras é o fato de que está a transferir este processo para a sua mente inconsciente).

Deve ser algo afirmado na positiva e nunca na negativa (por exemplo: "não assistir as aulas de Química com tédio e aborrecimento...")!


4) Estado de saída – Faça uma declaração final a si mesmo sobre como quer estar quando completar o processo. Tipicamente, em hipnose, ouvimos a ideia de que deve voltar sentindo-se "acordado, alerta e renovado", mas no mundo real isto pode não ser o que quer. Por exemplo, se vai fazer sua auto-hipnose antes de dormir, você pode preferir retornar "relaxado e pronto para dormir", ou pode preferir nem retornar e deixar que sua inteligência inconsciente trabalhe na questão a noite inteira. Se vai fazê-la antes de trabalhar, pode querer retornar "motivado e cheio de energia". Simplesmente diga para si mesmo "... e quando terminar, eu vou-me sentir_____"


5) Atenção externa - A partir desta etapa, deve entrar num ciclo de direccionamento da atenção. Comece, de olhos abertos, prestando atenção a três coisas visuais, uma de cada vez. Faça uma pausa (algo entre 3 e 5 segundos) em cada uma. Prefira pequenas coisas, como uma marca na parede, uma maçaneta, o canto de um quadro. Se quiser, dê os nomes: "Eu estou a olhar o parafuso da dobradiça da porta" ou "Eu estou a ver aquela coisa ali".

Em seguida, direccione a atenção para seu canal auditivo e note, uma a uma, três coisas que ouve (isto permite que os sons do ambiente sejam incorporados, ao invés de distraírem). Agora volte-se para o corpo e note três sensações corporais, também uma de cada vez. Vá devagar de um ao outro. Procure aquelas sensações que normalmente você não nota, como o peso dos óculos, a sensação do relógio de pulso, a textura da blusa.

Continue o processo com dois visuais, dois auditivos e dois cinestésicos.

Ainda lentamente, faça o mesmo para um visual, um auditivo e um cinestésico.


6) Atenção interna - Feche os olhos. Traga uma imagem à sua mente. Você pode construir uma ou simplesmente usar uma que vier. Pode ser um ponto de luz, uma praia bonita ou uma pizza. Se nada vier, sinta-se livre para "colocar algo lá". Se preferir, dê um nome à imagem.

Faça uma pausa e deixe que um som venha à sua percepção ou crie um e dê-lhe um nome a ele. Se ouvir um som no ambiente, pode usá-lo se preferir.

Agora, torne-se consciente de uma sensação e dê-lhe um nome. É preferível fazer isto internamente – use sua imaginação. Por exemplo, sentir o sol de verão aquecendo um braço, água fria molhando os pés, a sensação de dois dedos se tocando. Novamente, se uma sensação física chamar sua atenção, use-a.

Repita o processo com duas imagens, dois sons e duas sensações, sempre uma de cada vez. Novamente, com três imagens, três sons, e três sensações.


7) Completando o processo – Se você executar a sequência acima antes do tempo estabelecido, o que é normal, você pode continuar com 4 imagens, sons, sensações, depois 5 e assim por diante. Outra coisa que é costume fazer é simplesmente prestar atenção à respiração e apenas observando eventuais pensamentos. Algo assim como uma espera tranquila. Não é incomum "apagar" ou perder a consciência durante o processo.

Algumas pessoas em princípio acham que dormiram, mas em geral voltam automaticamente ao fim do tempo que estabeleceu. Isto é uma indicação de que não estava a dormir e de que sua mente inconsciente estava a fazer o que pediu.

Como quando definiu suas metas, no início, confie que sua mente inconsciente está a trabalhar em segundo plano. Não duvidar já é um bom começo!


Como em tudo no que diz respeito aos processos mentais, quanto mais se fizer, melhores os resultados!

domingo, 19 de dezembro de 2010

Os "Caçadores de Mitos" testam Firewalking

Boas!

Este post pode ser mais ou menos enquadrado no tema do desenvolvimento pessoal, dependendo das nossas experiências.

O Firewalking é um tema usado por algumas individualidades do desenvolvimento pessoal (por exemplo, o Tony Robbins) como representativo da nossa capacidade de vencer os medos mais primitivos.

Mas será tudo "mente sobre matéria"? Eu sempre soube que não, mas gostei de ver os "Caçadores de Mitos" a debruçarem-se sobre este fenómeno...

Aqui ficam os vídeos e a explicação!






quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Balanço 2010 e Objectivos 2011


Em jeito de balanço rápido de 2010 fico muito contente por ter atingido os meus 3 maiores objectivos:

1. Relacionamento pessoal estável e SÉRIO

2. Auto-suficiência profissional no campo do Coaching e Formação

3. Tornar-me um NLP Trainer



Em 2011 virão novos desafios e aventuras mas já tracei os 3 grandes objectivos:

1. Elevação do relacionamento pessoal a um novo nível

2. Retribuir / Agradecer ás pessoas que fizeram este ano o que foi... ("Give to those who give to you, plus or minus two." Richard Bandler)

3. Passar de auto-suficiência a ABUNDÂNCIA profissional no campo do Coaching e Formação


Cá estaremos para trabalhar, ver e medir!!!

domingo, 5 de dezembro de 2010

Padrão de Desapaixonar

Boas!

Conforme prometido, venho apresentar uma técnica (com T grande) da PNL, que é usada para interromper padrões de comportamento destrutivo, seja ele qual for. Naturalmente que esta técnica, podendo ser usada em diversos contextos, é mais adequada numas situações do que outras. Acredito que pertence ao responsável pela sua aplicação a decisão acerca de ser ou não a melhor opção.

Este padrão foi desenvolvido por Richard Bandler, quando fazia acompanhamento em abrigos de mulheres vítimas de violência doméstica. O que ele observou foi que apesar das situações dramáticas que muitas das residentes passavam, acabavam sempre por regressar ao parceiro abusivo. Sempre que lhes perguntava o que as fazia regressar, elas respondiam:

- "Porque o amo..."

Por outro lado, ele também reparou que algumas das mulheres desistiam de vez e iniciavam uma nova vida. Quando lhes perguntava como fizeram, elas todas invariavelmente respondiam algo do género:

- "Pensei em todas as situações em que ele me agrediu, que me tratou mal... E de repente deu-se um click! Foi a gota de água!"


Esta técnica, que ele desenvolveu a partir daí, pretende gerar no nosso cérebro a gota de água que nos faz dizer "CHEGA!!! ESTOU FARTO!!!" seja o assunto um desgosto amoroso, um mau hábito ou qualquer situação prejudicial.

A ideia aqui é que quando os "maus acontecimentos" sucedem muito rapidamente, o cérebro farta-se e é, literalmente, a gota de água. Infelizmente, quando estamos a passar por um desgosto amoroso, só nos lembramos das coisas boas. E quando pensamos nas más, vêmo-las de uma forma dissociada, ténue e distante. Também as vemos como tendo acontecido esporádicamente. É a nossa forma irracional de racionalizar o desgosto que insistimos em perpetuar. O que esta técnica faz é repetir no cérebro da pessoa todos os maus momentos (os 5 piores, na verdade), ao vivo e a cores, de uma forma tão intensa que o cérebro muda por completo a forma de ver o fim da relação e a pessoa que partiu.

Não é que se passe a odiar a outra pessoa, mas simplesmente o cérebro gera uma indiferença marcante e uma vontade nova de prosseguir para outra aventura.

Esta técnica é conhecida pelo "Padrão do Limiar / Threshold Pattern" mas para desgostos amorosos, gosto de pensar nela como "Padrão de Desapaixonar" porque o efeito é mesmo esse!

Antes de apresentar a técnica, aqui fica uma palavra séria de aviso: Esta técnica não deve ser aplicada por alguém sozinho se não tiver bons conhecimentos de PNL. Dados os seus passos, o ideal é ser aplicada sob a orientação de alguém experiente em PNL e deve apenas ser usada quando existe a certeza absoluta que a pessoa quer eliminar o problema de vez. Apresento-a aqui apenas como exemplo e não recomendação.

Agora sim, aqui fica a técnica, com um aviso suplementar!


AVISO

Ultrapassar os limiares pode ser muito poderoso e permanente. Certifique-se de que o está a fazer nos melhores interesses do cliente (ou dos seus). É importante que este processo seja levado ao extremo e até ao final. Interromper o processo ou não o executar com eficácia suficiente pode deixar o cliente pior.

Um transe muito ligeiro pode ter um efeito positivo no resultado final.

- Dr. Richard Bandler in “Richard Bandler’s Guide to Trance-Formations”

1. Escolha a imagem mais romântica que tem do seu ex-parceiro/a. De uma altura em tudo era perfeito e ideal. Guarde a imagem, que daqui a momentos será necessária.

2. Escolha CINCO situações em que pensou que o ex-parceiro/a era uma pessoa horrível. As cinco piores em que sucedeu algo e que pensou que aquela pessoa não o merecia, que era o pior gasto de tempo e de amor que poderia ter na vida (por exemplo: discussões, traições, faltas de respeito, atitudes, etc.)

(num contexto de coaching, o coach pode achar necessário saber pormenores das experiencias ou apenas usar um código para cada uma, conforme o cliente)

3. Passar em ciclo cada uma das experiências negativas pelo menos cinco vezes (num mínimo todal de 25 vezes), vendo-se de forma associada nas situações, cada vez mais rapidamente, ampliando o tamanho, aumentado os pormenores, fazendo as cores mais vivas, os sons mais nítidos, etc. Tem de ser feito de forma rápida e decisiva para que a intensidade das recordações e das emoções o esmaguem completamente, o levem a níveis cada vez mais elevados de saturação, até todo o ciclo ser um longo e doloroso filme, todo seguido, e a intensidade emocional das experiências explode e o afoga.

4. No auge dos sentimentos negativos (aqui a calibragem é fundamental!) recordar a imagem romântica do Passo 1.

No final do quarto passo verifica-se um colapso de emoções e todas as emoções românticas e falsas acerca de uma pessoa que já não existe na nossa vida são eliminadas!

Simples, brutal e muito eficaz!

Até à próxima!!!

Estou de volta!

Boas!

Estou finalmente de volta com mais tempo para dedicar ao blog.

Os últimos meses foram recheados de trabalho (AKA divertimento) na área da formação e do coaching. Passei imenso tempo fora pelo que também me foi complicado acompanhar o blog. Mas sem qualquer arrependimento em termos de resultados! Sejam todos os meses como os três últimos.

Entretanto, tive também oportunidade de completar o meu curso de NLP Trainer, completando assim um ciclo de aprendizagem no campo da PNL. Mas apenas um ciclo e não a viagem... Antecipo muitos mais ciclos e aventuras. A PNL tem sido uma aventura verdadeiramente fascinante e que mudou a minha vida para melhor. Não tenciono parar por aqui!


Antes do meu interregno, apresentei dois posts sobre o fenómeno dos desgostos amorosos e apresentei uma visão neurolinguísta da situação. Agradeço a todos o feedback que me enviaram!

Terminei a dizer que apresentaria algumas das técnicas mais eficazes (para mim e para as pessoas com quem trabalho) para lidar com estas situações. No entanto, utilizei esse mesmo conteúdo para sustentar a minha apresentação do final de curso de NLP Trainer, pelo que não as quis apresentar antes.

Deixo aqui ficar a minha apresentação de final de curso. No próximo post irei deixar ficar uma técnica tão eficaz como perigosa (em termos de efeitos permanentes), que não é mais do que uma técnica já existente há cerca de 20 anos...

Até muito breve!

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

I'm not dead yet! :)

Boas!

Sei que estou em falha relativamente ao post prometido sobre ideias e técnicas a utilizar no caso de "Corações Partidos" mas isso terá de esperar até ao final do meu NLP Trainer Training que está a decorrer até ao final do mês uma vez que esse conteúdo faz parte dos trabalhos fim de curso...

Entretanto, entre esse curso, o coaching e os muitos cursos que estou a dar, o tempo vai escasseando. Em breve, com nova organização implementada, de modo a ter mais tempo disponível, conto voltar em força...

Até lá, aqui fica uma ideia interessante...


quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Corações Partidos - Parte II


Como falei no post anterior, os três elementos (Mente Consciente, Mente Inconsciente e Fisiologia) não são mais do que três aspectos distintos do mesmo ser humano. Nós existimos e operamos simultaneamente nos três e nenhum pode existir sem os outros. O que é ainda mais importante é que nada na realidade pode ser experimentado apenas a um nível. Todas as experiências na vida são experimentadas aos três níveis e o mais crucial é que a experiência a um nível vai influenciar a mesma experiência nos outros níveis. Não é diferente quando se trata de experimentar um desgosto amoroso.


As emoções são processadas a todos os três níveis e afectam também como estes funcionam. As coisas que dizemos a nós próprios ao nível da mente consciente influencia o significado emocional que lhes damos e isso por sua vez vai afectar o nível de tensão no nosso corpo. Da mesma forma, as recordações de acontecimentos passados e a antecipação de acontecimentos futuros pode acontecer ao nível inconsciente dando lugar a respostas emocionais muito intensas. Finalmente, o estado da nossa fisiologia tende a influenciar o nosso estado de espírito e vice-versa. É por isso, por exemplo, que pessoas deprimidas tendem a caminhar lentamente, com os ombros curvados e estar sentadas ou deitadas por longos períodos de tempo.


De tudo isto resulta uma conclusão simples: Um desgosto amoroso vai afectar uma pessoa a nível do seu inconsciente, do consciente e da sua fisiologia.


Se todas as pessoas pensassem “para a próxima corre melhor” e encolhessem os ombros no fim de um relacionamento, não haveriam desgostos amorosos. Um desgosto amoroso acontece quando não se queria que a relação acabasse. E mesmo assim, nunca é tão simples. Alguns de nós têm parceiros tão complicados que é quase impossível viver com eles, mas quando a relação termina reparamos que é ainda mais difícil viver sem eles. Noutros casos, só reparamos quão profunda era a nossa ligação emocional quando a relação termina. Seja como for, mais cedo ou mais tarde temos de encarar a realidade assim como uma vida muito diferente da que projectamos. A nossa companhia foi-se e sentimos saudades. É um choque no sistema.


O choque emocional ao nível consciente, quando percebe que a relação terminou e o que isso significa, é tão forte que provoca uma reacção física. Ao nível fisiológico, o corpo não distingue entre uma ameaça emocional e uma ameaça física. Apenas se apercebe que existe uma ameaça ao bem-estar. O mecanismo de sobrevivência físico de que falei no post anterior entra em funcionamento, interrompendo a digestão, libertando adrenalina e carregando os músculos para combater a ameaça ou para fugir dela (fight or flight response). Mas não existe nenhuma ameaça para combater nem da qual fugir. E assim damos connosco com stress, tensão acumulada, pouco apetite, insónias, etc., tudo porque o corpo permanece num estado de alerta perante uma ameaça invisível.



O desgosto amoroso ao nível consciente


Uma das mais implacáveis causas de dor no final de uma relação é a constante circulação de pensamentos na mente. Mas como é que um pensamento pode causar dor? Todos sabemos que esses pensamentos são horríveis mas é complicado explicar porque são tão dolorosos. Quando damos uma martelada no dedo conseguimos descrever a dor como aguda e localizá-la no dedo. No caso de um desgosto amoroso, os pensamentos são dolorosos mas não conseguimos explicar a causa e muito menos apontar o local do corpo. Existe tensão na zona do estômago, mas não é bem isso. Existe tristeza quando pensamos que estamos sozinhos, mas também não é só isso. Porque é que é tão díficil de localizar e de ultrapassar e porque é que é tão desesperante?


A resposta reside na natureza da mente consciente. Como disse no post anterior, a mente consciente recebe as nossas percepções e atribui-lhes significado. O significado de algo é que determina a sua importância para nós. As coisas mais importantes (e com mais significado para nós) são as nossas histórias. O que aconteceu no passado e o que esperávamos que viesse a acontecer no futuro. A forma como a nossa mente faz sentido das nossas vidas é como relacionam as histórias, o passado, o presente e futuro. Quando sofremos um desgosto amoroso, todos os significados são anulados. O futuro é desfeito e o passado é questionado.


De certa forma, todo o desgosto amoroso é uma traição. É uma traição da promessa de amor. Uma promessa feita no passado para um compromisso de futuro. Para muitos de nós essa promessa ainda era secreta. Não tinha sido comunicada nem discutida mas na nossa mente já era verdadeira e estávamos à espera apenas que se concretizasse. Para outras pessoas, a promessa já tinha sido verbalizada. As causas pode sem muitas (alguém trai alguém, alguém engana alguém, nós subestimamos algumas pessoas e sobrestimamos outras, damos pessoas como um dado adquirido, perdemo-nos com outros focos de interesse, etc.) mas o resultado final é o mesmo. Quando não se concretiza, temos o desgosto amoroso.


E a dor dos nossos pensamentos, tão difícil de explicar e de localizar, vem exactamente da forma como a mente consciente os processa. Pensamos em todos os bons momentos que tivemos com a ex-parceira(o) e a seguir dizemos a nós próprios que nunca mais vamos ser assim felizes. Outras vezes revivemos os maus momentos, traições, discussões, etc. e perguntamos a nós próprios o que fizemos de errado. Pensamos na nossa ex-parceira(o) com outra pessoa e dizemos a nós próprios que por algum motivo não somos tão bons como essa pessoa. Também pensamos em como vai ser o “amanhã” e dizemos a nós próprios que vai ser infeliz porque aquela pessoa já não está presente. Para nós o futuro passa a ser desconhecido e o medo do desconhecido, do que não é familiar, é o medo mais forte do ser humano. Revivemos bons e maus momentos, projectamos imagens na nossa cabeça, e durante esse tempo todo estamos a comentar, a tirar conclusões deprimentes e essas conclusões repetidas são o que provoca dor. Assim, não é apenas um pensamento ou recordação que provoca dor, mas o significado que lhe damos, aquilo que dizemos a nós próprios a seguir.


O que é ainda mais estranho é porque é que as pessoas não param de fazer estes filmes, isto é, não alteram a sua forma de pensar? Existem vários motivos. O principal é porque a maioria das pessoas nem se apercebe que o está a fazer e mesmo quando se apercebe não compreende o quão importante estes pensamentos são para a sua dor. Outro motivo consiste no facto de não sermos capazes de “não pensar” em algo. Assim, quanto mais queremos não pensar na ex-parceira(o), mais difícil se torna.


Mas aquele que eu acho ser o aspecto mais grave, que impossibilita qualquer tipo de “luto” é que este comportamento, esta forma de pensar e de projectar, pode tornar-se um hábito inconsciente.


Quando repetimos uma determinada acção ou pensamento várias vezes, fortalecemos as sinapses no cérebro que lhe estão associadas e, como tal, esse pensamento ou comportamento torna-se gradualmente mais fácil de repetir até se tornar automático e acontecer regularmente sem qualquer intervenção consciente nossa. Porque isso é que para algumas pessoas basta ouvirem o nome da ex-parceira(o), visitarem um local ou comerem uma certa comida para dispararem a sinapses associadas a esses pensamentos e de um momento para o outro, sem quererem, se verem inundadas por pensamentos depressivos e pela dor do desgosto amoroso. Praticamos tanto em sentirmo-nos desgostosos que se torna automático. É uma das ironias da mente humana. Quando isso acontece, já nem sequer estamos realmente a sentir um desgosto amoroso. Estamos a repetir um comportamento programado por nós no nosso cérebro. É dor desnecessária e absolutamente inútil.


Agora que falei sobre como fazemos para nos sentirmos mal no final de uma relação (e volto a sublinhar que algum desconforto é sempre necessário ao processo de luto mas que 90% pode ser evitado e não tem qualquer utilidade) vou, no próximo post, partilhar algumas técnicas simples que ajudam no processo de recuperação de um desgosto amoroso.


Algumas destas técnicas são retiradas do campo da Programação Neurolinguística e outras ainda são pequenas técnicas que eu próprio e outras pessoas com quem trabalhei desenvolveram quando passaram por estas situações. Não digo que sejam uma panaceia para tudo nem para todas as pessoas mas acredito que podem ajudar a maioria das pessoas na maioria das situações.