domingo, 5 de dezembro de 2010

Padrão de Desapaixonar

Boas!

Conforme prometido, venho apresentar uma técnica (com T grande) da PNL, que é usada para interromper padrões de comportamento destrutivo, seja ele qual for. Naturalmente que esta técnica, podendo ser usada em diversos contextos, é mais adequada numas situações do que outras. Acredito que pertence ao responsável pela sua aplicação a decisão acerca de ser ou não a melhor opção.

Este padrão foi desenvolvido por Richard Bandler, quando fazia acompanhamento em abrigos de mulheres vítimas de violência doméstica. O que ele observou foi que apesar das situações dramáticas que muitas das residentes passavam, acabavam sempre por regressar ao parceiro abusivo. Sempre que lhes perguntava o que as fazia regressar, elas respondiam:

- "Porque o amo..."

Por outro lado, ele também reparou que algumas das mulheres desistiam de vez e iniciavam uma nova vida. Quando lhes perguntava como fizeram, elas todas invariavelmente respondiam algo do género:

- "Pensei em todas as situações em que ele me agrediu, que me tratou mal... E de repente deu-se um click! Foi a gota de água!"


Esta técnica, que ele desenvolveu a partir daí, pretende gerar no nosso cérebro a gota de água que nos faz dizer "CHEGA!!! ESTOU FARTO!!!" seja o assunto um desgosto amoroso, um mau hábito ou qualquer situação prejudicial.

A ideia aqui é que quando os "maus acontecimentos" sucedem muito rapidamente, o cérebro farta-se e é, literalmente, a gota de água. Infelizmente, quando estamos a passar por um desgosto amoroso, só nos lembramos das coisas boas. E quando pensamos nas más, vêmo-las de uma forma dissociada, ténue e distante. Também as vemos como tendo acontecido esporádicamente. É a nossa forma irracional de racionalizar o desgosto que insistimos em perpetuar. O que esta técnica faz é repetir no cérebro da pessoa todos os maus momentos (os 5 piores, na verdade), ao vivo e a cores, de uma forma tão intensa que o cérebro muda por completo a forma de ver o fim da relação e a pessoa que partiu.

Não é que se passe a odiar a outra pessoa, mas simplesmente o cérebro gera uma indiferença marcante e uma vontade nova de prosseguir para outra aventura.

Esta técnica é conhecida pelo "Padrão do Limiar / Threshold Pattern" mas para desgostos amorosos, gosto de pensar nela como "Padrão de Desapaixonar" porque o efeito é mesmo esse!

Antes de apresentar a técnica, aqui fica uma palavra séria de aviso: Esta técnica não deve ser aplicada por alguém sozinho se não tiver bons conhecimentos de PNL. Dados os seus passos, o ideal é ser aplicada sob a orientação de alguém experiente em PNL e deve apenas ser usada quando existe a certeza absoluta que a pessoa quer eliminar o problema de vez. Apresento-a aqui apenas como exemplo e não recomendação.

Agora sim, aqui fica a técnica, com um aviso suplementar!


AVISO

Ultrapassar os limiares pode ser muito poderoso e permanente. Certifique-se de que o está a fazer nos melhores interesses do cliente (ou dos seus). É importante que este processo seja levado ao extremo e até ao final. Interromper o processo ou não o executar com eficácia suficiente pode deixar o cliente pior.

Um transe muito ligeiro pode ter um efeito positivo no resultado final.

- Dr. Richard Bandler in “Richard Bandler’s Guide to Trance-Formations”

1. Escolha a imagem mais romântica que tem do seu ex-parceiro/a. De uma altura em tudo era perfeito e ideal. Guarde a imagem, que daqui a momentos será necessária.

2. Escolha CINCO situações em que pensou que o ex-parceiro/a era uma pessoa horrível. As cinco piores em que sucedeu algo e que pensou que aquela pessoa não o merecia, que era o pior gasto de tempo e de amor que poderia ter na vida (por exemplo: discussões, traições, faltas de respeito, atitudes, etc.)

(num contexto de coaching, o coach pode achar necessário saber pormenores das experiencias ou apenas usar um código para cada uma, conforme o cliente)

3. Passar em ciclo cada uma das experiências negativas pelo menos cinco vezes (num mínimo todal de 25 vezes), vendo-se de forma associada nas situações, cada vez mais rapidamente, ampliando o tamanho, aumentado os pormenores, fazendo as cores mais vivas, os sons mais nítidos, etc. Tem de ser feito de forma rápida e decisiva para que a intensidade das recordações e das emoções o esmaguem completamente, o levem a níveis cada vez mais elevados de saturação, até todo o ciclo ser um longo e doloroso filme, todo seguido, e a intensidade emocional das experiências explode e o afoga.

4. No auge dos sentimentos negativos (aqui a calibragem é fundamental!) recordar a imagem romântica do Passo 1.

No final do quarto passo verifica-se um colapso de emoções e todas as emoções românticas e falsas acerca de uma pessoa que já não existe na nossa vida são eliminadas!

Simples, brutal e muito eficaz!

Até à próxima!!!

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