Volta e meia fala-se na importância da comunicação como se o mais importante da comunicação fosse "aquilo que se diz" ou "como se diz".
Na verdade a importância e até o sucesso de uma boa comunicação reside muito mais no ouvir do que no falar. Reside mais na atenção que prestamos ao outro do que na atenção que conseguimos captar do outro.
Nada é mais importante do que ouvir!
Mais especificamente:
Na verdade a importância e até o sucesso de uma boa comunicação reside muito mais no ouvir do que no falar. Reside mais na atenção que prestamos ao outro do que na atenção que conseguimos captar do outro.
Nada é mais importante do que ouvir!
Mais especificamente:
- Assumir um compromisso para ouvir sem condições. Procurar esquecer tudo o que está à nossa volta e concentrar 100% da atenção na pessoa que está a falar e no que ela está a dizer (tanto verbal como fisicamente com a sua postura)
- Assumir uma postura de quem está a ouvir. Bocejar, olhar para o relógio, consultar o email ou estar constantemente a ser distraído não encorajam a outra pessoa a comunicar e, pelo contrário, podem intimidar a outra pessoa e fâ-la sentir-se rejeitada. Mas como ninguém é de ferro, as distracções são inevitáveis. Nesse caso deve-se logo assumir essa situação e pedir desculpas, encorajando o interlocutor a continuar (e.g. "Desculpa mas por um momento perdi-me... Dizias?") retomando a nossa total atenção.
- Dar feedback adequado para tranquilizar o interlocutor.
- Não atacar o interlocutor. Nem com juízos de opinião nem com conselhos quando este não os está claramente a pedir. Se for absolutamente necessário devemos perguntar à outra pessoa se podemos dar um conselho (mas evitar ao máximo).
Com isto em mente, podemos a seguir, falar!
- Alertar sempre que o nível de stress for alto. Ninguém é de ferro. Se estamos num dia em que o nosso ânimo não é o melhor ou estamos a atravessar um período de maior tensão, devemos sempre alertar o interlocutor de modo a que ele não pense que qualquer reacção menos afirmativa da nossa parte consitui um ataque. Quando já for tarde demais, pedir desculpas por qualquer eventual "explosão" e justificar.
- Utilizar a primeira pessoa e evitar responsabilizar os outros. Se estamos a falar, devemos falar de nós e não dos outros. Os outros fazem o que entendem mas nós respondemos por nós. Não conhecemos o mapa do outro e estar a opinar sobre o mesmo não é apenas perigoso como inútil.
- Evitar rótulos e generalizações. Qualificar alguém como sendo sempre "preguiçoso", "pontual", "atrasado" é obviamente incorrecto e dificulta uma comunicação precisa. Pelos mesmos motivos devemos evitar generalizações que apenas dificultam o que a outra pessoa entende. Palavras como "Sempre", "Nunca", etc. raramente são integradas em afirmações verdadeiras
- (quando oiço alguém dizer "Eu nunca...", a minha primeira pergunta é: "E se te oferecessem 1 milhão de Euros?". É fantástico ver como o nunca é relativo... ;).
- E finalmente... Oiçam outras pessoas a comunicar entre elas, sem serem indiscretos e reparem no que funciona nelas!
E pratiquem. Muito!
Boa comunicação!