terça-feira, 28 de julho de 2009

terça-feira, 21 de julho de 2009

A Equação do Estado de Espírito

Muitos de nós entendemos a realidade, mesmo a nossa, como sendo uma realidade de “Causa – Efeito”. Por outras palavras, para muitos de nós, as nossas circunstâncias são geradas por causas externas, isto é, entendemo-nos como o lado inevitável e quase predeterminado do “Efeito” na equação.

Por exemplo, outras pessoas ou eventos externos serão a causa da nossa felicidade, infelicidade, riqueza, pobreza, etc.

A equação que traduz essa forma de ver o mundo poderá ser esta:

Causa => Efeito

Causa (outros eventos ou pessoas) => Efeito (o nosso estado de espírito)

Mas se abrandarmos este processo, podemos ver que existe pelo menos mais um factor nesta equação. Esse factor é a nossa reacção ao que acontece, ao evento externo. Acontece algo e nós damos por nós a reagir de forma “automática” ou quase, o que conduz ao efeito.

Agora a equação passa a ser:

Causa => Reacção => Efeito

Causa (outros eventos ou pessoas) => Reacção (a nossa reacção “automática”) => Efeito (o nosso estado de espírito)


Como é que isto acontece no dia-a-dia?

Por exemplo, quando alguém à nossa frente, no trânsito, faz um disparate qual é a nossa reacção? E o efeito?

  • CAUSA => Disparate do carro à frente
  • REACÇÃO => Uma fúria imediata seguida por um pressionar aparentemente automático na buzina.
  • EFEITO => O condutor responsável reconhece a asneira com um aceno ou manda-nos para outro sítio com um gesto ligeiramente diferente. Nós continuamos frustrados e irritados.

E então? Como podemos fazer para alterar o nosso estado de espírito, aparentemente atirado à mercê de acontecimentos que não controlamos?

Podemos tentar mudar o efeito mas mantendo a mesma reacção “automática”, mas isso na realidade é impossível. Podemos tentar mudar a causa mas raramente controlamos os eventos que, por definição, são externos. Podemos tentar controlar a nossa reacção “automática” mas isso requer muitos anos de meditação e é geralmente impossível.


As boas notícias são estas:

Se abrandarmos este processo ainda mais, conseguimos identificar o factor que nos dá o controlo sobre esta equação. Após a nossa reacção”automática”, que é essencialmente uma reacção emocional, entra o nosso poder de escolha em que escolhemos conscientemente como actuar perante a reacção emocional. Agimos de acordo com essa reacção emocional? Ou escolhemos agir de uma forma diferente.

Essa escolha vai afectar o efeito final! O nosso estado de espírito!

A equação fica:

Causa => Reacção => Escolha => Efeito

Causa (outros eventos ou pessoas) => Reacção (a nossa reacção “automática”) => Escolha (a nossa reacção real vai ser a “automática” ou optamos por outra) => Efeito (o nosso estado de espírito resultante da nossa escolha)

E como sabemos que é altura de fazer essa escolha? Como se consegue fazer essa escolha?

Através de, muito deliberadamente, interrompermos e inibirmos ou até mesmo restringirmos a nossa reacção “automática” e escolher se a nossa reacção será aquela que seria a “automática” ou se preferimos outra eventualmente conducente a um efeito mais positivo. Impedir logo a reacção emocional. Não pensar! Não responder! Não fazer! Em vez disso, respirar fundo. Contar até 10 se for preciso. E depois considerer as diferentes reacções que podemos escolher e quais os efeitos que surtirão.

O exemplo do disparate no trânsito fica agora assim:

  • CAUSA => Disparate do carro à frente
  • REACÇÃO => Um fúria imediata.
  • ESCOLHA => Desligar o sistema reactivo e considerar as diferentes reacções. Talvez tenha acabado de tirar a carta e uma buzinadela ainda o fosse assustar mais. Talvez esteja com pressa por uma emergência familiar? Quem sabe? E no que iria adiantar buzinar? Outra reacção possível é desejar-lhe uma boa viagem e talvez abrandar para manter uma distância maior. A escolha agora pertence-nos!
  • EFEITO => Se optarmos pela nova alternativa talvez a outra pessoa reconheça o disparate, peça desculpa e siga o seu caminho! Ou não. Mas o que é importante é que nosso estado de espírito deixou de estar à mercê das circunstâncias! Este efeito agora também dominamos!

Agora que têm a fórmula:

Causa => Reacção => Escolha => Efeito

sugiro que durante os próximos dias procurem detectar as vossas reacções “automáticas”, que interrompam essas reacções e que considerem realmente qualquer a reacção que querem ter perante cada situação.

Porque normalmente irão ver que existem muitas mais reacções possíveis do que a que é “automática” e muitas delas geram efeitos muito mais positivos.

Escolham bem!

terça-feira, 14 de julho de 2009

E se realmente eu não pudesse fazer nada…?

Quanto nos envolvemos em PNL, Coaching e teorias de auto-ajuda em geral (especialmente quando vamos a um seminário de um qualquer orador muito carismático que nos enche de energia) corremos o risco de ficar com a ideia de que somos invencíveis, nada nos pode parar e conseguimos fazer tudo. Ainda recentemente alguém me disse “Quanto eu tinha tua idade também pensava que ia ser invencível, que nada me podia parar!”

Isso deixou-me a pensar porque com “a minha idade” eu não penso que sou invencível nem que consigo tudo e sei que vou ter revezes. Quanto a isso não tenho ilusões. Será que é essa a ideia que este “meio” transmite lá “para fora”? Talvez…

Mas, para quem acha que é invencível, que consegue tudo e que nada o pode parar, existe uma questão interessante. Será que existem circunstâncias que tornam completamente impossível seguir os nossos objectivos, seguirmos as nossas maiores prioridades a um dado momento (ou dia, ou mês)? Acredito que sim. Não muitas, mas pensar o contrário seria irrealista, a meu ver.
Não importa o quão queiramos chegar a tempo ao trabalho ou ao ginásio para tratar das nossas prioridades, se o carro explodir, os transportes públicos estiverem em greve, as estradas fechas e snipers armados pelas ruas, talvez seja mais prudente esperar umas horas até tudo se acalmar em vez do “Go! Go! Go!” que muitas vezes associam às nossas doutrinas.

Por outro lado, muito honestamente, quando foi a última vez que se viram numa situação tão precária e limitadora e completamente fora do vosso controlo?

O supercoach Michael Neill coloca, nesses casos, aquilo a que ele chama a “million-dolar question”: “Se te pagassem um milhão de dólares (ou o que quer que inspirasse a pessoa), arranjarias forma de contornar o obstáculo? E se sim, o que farias diferente do que estás a fazer agora?”

E uma vez em cada 50 alguém lhe responde “NÃO! Nem por isso.” E é justo. É um indicador claro de que a causa é exterior e não existe condicionamento nem motivação que a vá ultrapassar.

Mas se a resposta a esta pergunta for um “SIM! Por um milhão de dólares eu dava a volta à situação!” então sabem que o problema não está no exterior. Está dentro de vocês e daquilo que vocês escolhem ser importante a cada momento. Talvez seja uma falta de clareza acerca do que tem de ser feito. Talvez uma falta de organização e de estrutura de suporte. Ou talvez uma falta de coragem. Mas tudo causas internas!

E como nós sabemos, para alterar o nosso estado interno, basta um pensamento!

domingo, 12 de julho de 2009

Dica rápida para a semana...

Ao longo desta semana, sempre que forem fazer alguma coisa, perguntem-se: "Quero realmente fazer isto?"

Sempre que for possível e seguro, deixem que a vossa decisão guie a vossa escolha e determine se o fazem ou não.

Façam-no independentemente de estarem "com disposição para...". Vão ver que se a resposta foi um claro SIM! vão ver que rápidamente ficam "com disposição para...".

Este é o conceito que o supercoach Michael Neill chama Navigating by Inspiration ("Navegar através da inspiração"). Claro que nem sempre vai ser possível evitar fazer aquilo que não ser quer (obrigações fiscais, compromissos assumidos já préviamente, etc.) mas sempre que for possível, façam-no!

Vão ver que as respostas SIM! irão surgir mais e mais vezes e que a vossa inspiração vai ser um guia cada vez mais fiável!

terça-feira, 7 de julho de 2009

Comunicação

Volta e meia fala-se na importância da comunicação como se o mais importante da comunicação fosse "aquilo que se diz" ou "como se diz".

Na verdade a importância e até o sucesso de uma boa comunicação reside muito mais no ouvir do que no falar. Reside mais na atenção que prestamos ao outro do que na atenção que conseguimos captar do outro.

Nada é mais importante do que ouvir!

Mais especificamente:
  • Assumir um compromisso para ouvir sem condições. Procurar esquecer tudo o que está à nossa volta e concentrar 100% da atenção na pessoa que está a falar e no que ela está a dizer (tanto verbal como fisicamente com a sua postura)
  • Assumir uma postura de quem está a ouvir. Bocejar, olhar para o relógio, consultar o email ou estar constantemente a ser distraído não encorajam a outra pessoa a comunicar e, pelo contrário, podem intimidar a outra pessoa e fâ-la sentir-se rejeitada. Mas como ninguém é de ferro, as distracções são inevitáveis. Nesse caso deve-se logo assumir essa situação e pedir desculpas, encorajando o interlocutor a continuar (e.g. "Desculpa mas por um momento perdi-me... Dizias?") retomando a nossa total atenção.
  • Dar feedback adequado para tranquilizar o interlocutor.
  • Não atacar o interlocutor. Nem com juízos de opinião nem com conselhos quando este não os está claramente a pedir. Se for absolutamente necessário devemos perguntar à outra pessoa se podemos dar um conselho (mas evitar ao máximo).

Com isto em mente, podemos a seguir, falar!
  • Alertar sempre que o nível de stress for alto. Ninguém é de ferro. Se estamos num dia em que o nosso ânimo não é o melhor ou estamos a atravessar um período de maior tensão, devemos sempre alertar o interlocutor de modo a que ele não pense que qualquer reacção menos afirmativa da nossa parte consitui um ataque. Quando já for tarde demais, pedir desculpas por qualquer eventual "explosão" e justificar.
  • Utilizar a primeira pessoa e evitar responsabilizar os outros. Se estamos a falar, devemos falar de nós e não dos outros. Os outros fazem o que entendem mas nós respondemos por nós. Não conhecemos o mapa do outro e estar a opinar sobre o mesmo não é apenas perigoso como inútil.
  • Evitar rótulos e generalizações. Qualificar alguém como sendo sempre "preguiçoso", "pontual", "atrasado" é obviamente incorrecto e dificulta uma comunicação precisa. Pelos mesmos motivos devemos evitar generalizações que apenas dificultam o que a outra pessoa entende. Palavras como "Sempre", "Nunca", etc. raramente são integradas em afirmações verdadeiras
  • (quando oiço alguém dizer "Eu nunca...", a minha primeira pergunta é: "E se te oferecessem 1 milhão de Euros?". É fantástico ver como o nunca é relativo... ;).
  • E finalmente... Oiçam outras pessoas a comunicar entre elas, sem serem indiscretos e reparem no que funciona nelas!

E pratiquem. Muito!

Boa comunicação!