Em 1911, por razões que ninguém foi capaz de precisar, apareceu um homem nu e sozinho no sopé do monte Lassen, na Califórnia do Norte. Com a ajuda de dois antropólogos de Berkeley chamados Thomas Waterman e Alfred Kroeber, soube-se que era o último membro que restava de uma tribo outrora forte de índios americanos nativos conhecido por Yana.
Embora aceitando a amizade dos ocidentais que o levaram e lhe deram uma casa na universidade local, nunca revelou o seu verdadeiro nome e ficou conhecido por Ishi, que simplesmente se traduz por “homem”.
Nunca tendo vivido naquilo a que os seu benfeitores chamavam “civilização”, estavam a ser-lhe continuamente apresentadas coisas que ele nunca tinha experimentado. Na sua primeira visita a S. Francisco, Ishi foi levado à estação de caminhos-de-ferro de Oroville. Quando o comboio se aproximava, afastou-se calmamente dos seus companheiros de viagem e pôs-se atrás de um pilar. Quando lhe fizeram sinal para se juntar a eles, avançou e embarcou no comboio.
De regresso à Universidade, Kroeber interrogou-o acerca do seu estranho comportamento na estação de caminhos-de-ferro. Ishi disse-lhe que quando estava a crescer, ele e os membros da sua tribo viam o comboio a passar pelo vale. Vendo-o a serpentear e a soltar fumo e fogo, pensavam que era um demónio que comia pessoas.
Espantado, Kroeber perguntou: «Como é que arranjou coragem para entrar no comboio se pensava que era um demónio?»
Ishi respondeu: «A vida ensinou-me a ter mais curiosidade do que medo»
Arranjando tempo todos os dias para fazer uma coisa que seja um pouco assustadora para nós recondicionamos a nossa mente e começamos a desenvolver a nossa coragem – o músculo do coração!
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