Existem muitas definições sobre o que é hipnose mas acredito que a mais simples e verdadeira é que hipnose è um estado alterado de consciência em que o consciente e o inconsciente podem ser focalizados e susceptíveis à mudança.
Todas as pessoas passam por esses estados de uma forma mais ou menos involuntária.
Já repararam quando estamos no semáforo e ele fica verde e continuamos ali parados sem reparar até o carro de trás apitar? Ou então quando conduzimos do ponto A ao ponto B e quando chegamos não nos lembramos da maioria da viagem porque viemos em “piloto automático”? Ou então quando estamos sentados, talvez numa esplanada, a sonhar acordados? Ou quando nos perdemos a ver um certo programa de TV? O que acontece nesses momentos? A mente “vagueia” e perdemo-nos em pensamentos… Esse estado alterado é uma forma de transe hipnótico.
Quando se fala em hipnose, não se fala em mais do que induzir esse transe de forma objectiva, no momento apropriado e com um objectivo concreto. Os objectivos são, normalmente, os de aceder a recursos que já temos no inconsciente mas aos quais não conseguimos aceder facilmente (ou de todo!) de forma consciente.
É neste sentido que a hipnose é usada em PNL e em coaching, para que o cliente consiga relaxar o suficiente para poder aceder a recursos do seu inconsciente ou integrar de forma mais profunda novos conhecimentos e novas aprendizagens. É uma ferramenta poderosa apesar de todos os mitos que circulam à sua volta.
Concretizando, ao aceder ao seu inconsciente, o cliente dispõe de muitos mais recursos para enfrentar os desafios que se lhe apresentam. Alguns dos muitos exemplos do uso actual da hipnose são o controlo de “maus hábitos”, o relaxamento, o controlo da dor, o reforço da confiança e da determinação, a alteração de comportamentos, a visualização, a obtenção de novas perspectivas, o apoio no tratamento de depressão, a melhoria da concentração, problemas de fala, insónia, fobias, etc.
Recordo-me de um colega que frequentou um curso de introdução à PNL na qual o trainer (que duvido que fosse realmente um NLP Trainer) lhe disse que não usava hipnose porque não tinha utilidade… (não irei comentar).
A verdade é que a hipnose tem sido usada ao longo dos milénios com muito sucesso. Claro que com nomes diferentes, mas se atendermos à definição, trata-se simplesmente de hipnose. A hipnose como hoje é conhecida beneficiou em muito grande medida do trabalho de uma vida inteira de Milton H. Erickson.
Ao longo da sua vida (que fica para outro post) ele desmistificou a hipnose, agilisou o seu uso e obteve resultados tão inegavelmente extraordinários que a hipnose passou a ser considerada uma prática legítima.
Muito do trabalho de Erickson, as suas técnicas, ideias e padrões não estariam hoje disponíveis se não fosse pelo trabalho dos dois criadores da PNL, Richard Bandler e John Grinder. Durante 11 meses eles viveram com Erickson, estudaram e modelaram todo o seu trabalho. Eventualmente publicaram dois livros que sintetizava tudo o que aprenderam (e cujo conteúdo o próprio Erickson aprovou, meses antes de morrer). Os livros “Patterns of the Hypnotic Techniques of Milton H. Erickson, M.D”, volumes I e II, tornaram-se, a par com a “The Structure of Magic”, nos fundamentos da Programação Neurolinguística e hipnose num dos seus instrumentos mais poderosos. Esta modelagem permitiu a muitos terapeutas e estudiosos, mesmo que sem interesse pela PNL, aprenderem as técnicas e ideias de Erickson.
Posteriormente, muitos mais livros foram escritos e muitas das técnicas de Erickson foram refinadas e “aceleradas”. Richard bandler, em particular, dedicou e dedica muito do seu trabalho na PNL ao estudo, uso e melhoramento de técnicas hipnóticas.
E por hoje ficamos por aqui…
No próximo post, vamos falar de alguns mitos que por aí circulam sobre hipnose e sobre o transe hipnótico...
1 comentário:
Excelente Ricardo!
Venha mais texto.
:)
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